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.: Palco.
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Quinta-feira, 9 de maio de 2013. E vi-te do palco na penumbra da plateia mas não eras tu. Era outra pessoa. Outra que ali estava por ninguém em concreto. Mas apetecias-me tu. As tuas palmas e o teu sorriso orgulhoso e encorajador, era assim que o queria. Depois apetecia-me a tua mão na minha e a minha cabeça no teu ombro no final mas tu não tinhas nada para me dar. Assinar: Postar comentários (Atom). No meu espelho não me vejo necessariamente a mim. É só uma maneira de controlar os meus outliers.
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.: Que morras mar
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Terça-feira, 15 de janeiro de 2013. Que sejas uma onda,. E que rebentes à chegada. E que não me inundes mais. A tentar voltar ao rio,. A remar contra a tua própria corrente. Quero que morras,. A cada tentativa de me enrolares na areia da praia,. A cada puxão que fazes de mim contra ti,. A cada vai e vem continuo, medido e calculista. E que não destruas com a tua força em segundos. O forte que demorei a construir ao longo dos anos. E que não me temperes a pele para,. Quero que morras,. O Panda que voa.
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.: Sou a tua menina papá, tens de me mentir!
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Quinta-feira, 4 de agosto de 2016. Sou a tua menina papá, tens de me mentir! Sou a tua menina papá. Preciso hoje daquele colo que me davas. Quando eu cabia debaixo da mesa da sala da casa dos avós. Preciso da tua mão a apertar a minha. E a assegurar-me que não caio,. Como quando as minhas botas faziam soar. As folhas das árvores caídas ao lado do rio. Vamos fazer um pacto de hoje e para sempre:. Vais dizer-me que és o homem mais forte do mundo. E que ninguém me fará mal. Para me proteger em qualquer lugar.
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.: Eclipse
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Domingo, 11 de outubro de 2015. Alto e sombrio como a lua nova. Belo e distante impossível de tocar. Lua cheia, nunca. A luz que emana agridoce. Suaviza-se noutras notas geográficas. Aqui é sempre áspera e dura. Uma lâmina afiada pronta a ferir. Rasga-se a luz que reflecte e escurece tudo à volta. Assinar: Postar comentários (Atom). No meu espelho não me vejo necessariamente a mim. Mas vejo o fruto da minha imaginação, dos meus gostos e dos meus acontecimentos. De dizer quem sou como se não fosse.
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.: Casa.
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Domingo, 18 de janeiro de 2015. E fosse eu um gato escondido nos trevos. Um nome inscrito na pedra. Ou a romãzeira brava. Fosse eu o sol por entre as folhas. Ou a água fresca do poço. Fosse o estalar dos galhos. Ou o silencio da noite,. Fosse as sombras,. As estrelas sem a luz. Ou o medo do escuro. Fosse o frio no inverno. Depois da lareira e das portas trancadas. Fosse o cheiro das laranjas,. As uvas azedas e envergonhadas . Fosse as ultimas ameixas. Em cada ano que passava. Pelo corredor de pedra.
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.: Adeus pode um ponto final em virgula.
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Segunda-feira, 4 de maio de 2015. Adeus pode um ponto final em virgula. Adeus, digo-te eu hoje. Adeus, começo a despedir-me aos poucos. Adeus, adeus, não cabes mais aqui. Assinar: Postar comentários (Atom). No meu espelho não me vejo necessariamente a mim. Mas vejo o fruto da minha imaginação, dos meus gostos e dos meus acontecimentos. É só uma maneira de controlar os meus outliers. De dizer quem sou como se não fosse. Desengane-se quem aqui procura o retrato de uma. O Panda que voa. Páginas que se soltam.
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.: ZONA, uma exploração performativa.
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Sábado, 2 de março de 2013. ZONA, uma exploração performativa. Sem darmos conta ficámos virados do avesso no meio de uma superfície côncava, numa realidade deixada construir por nós. As crianças não brincar. Já não há o “ toca e foge”, o esconde-esconde, a macaca, o jogo do galo e a cabra-cega. Não há animais aqui para podermos brincar. Estamos enclausurados e já não é tempo para brincadeiras. Todos se deixaram enlouquecer para se alimentarem menos do cimento. Assinar: Postar comentários (Atom). Porque n...
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.: Amoras Silvestres
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Segunda-feira, 11 de novembro de 2013. Falava com um brilho de mil estrelas no olhar e o coração a bombear os lábios. Não tinha segredos, o seu peito era aberto e dele rebentavam raízes e rebentos fortes como os arbustos das amoras silvestres. Assinar: Postar comentários (Atom). No meu espelho não me vejo necessariamente a mim. Mas vejo o fruto da minha imaginação, dos meus gostos e dos meus acontecimentos. É só uma maneira de controlar os meus outliers. De dizer quem sou como se não fosse.
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.: Ciclo
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Terça-feira, 15 de dezembro de 2015. Tantas foram as vezes. E nada vivo encontrar. O deserto na cidade. E apenas os restos do homem. Os seus dejetos e vómitos. Que a culpa se abate sobre mim. E me sinto a morrer sem saber. Se serei mesmo o ultimo. A lembrança inteligível de que fomos. A nada fará sentido e. Em breve tudo o que o homem construiu. Sem hipótese de reconstrução. Apenas o vento continuará a soprar. E as marés subirão e descerão. Como se nada tivesse acontecido. O Panda que voa.